Passo Fundo não elege deputado estadual pela primeira vez em 16 anos

Pulverização e excesso de candidaturas neste ano podem explicar ausência de políticos locais na Assembleia Legislativa pelos próximos 4 anos

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Dos 44 deputados estaduais que concorreram à reeleição, 31 saíram vitoriosos das urnas no domingo (2). (Foto: Gerson Lopes/ON)Dos 44 deputados estaduais que concorreram à reeleição, 31 saíram vitoriosos das urnas no domingo (2). (Foto: Gerson Lopes/ON)
Dos 44 deputados estaduais que concorreram à reeleição, 31 saíram vitoriosos das urnas no domingo (2). (Foto: Gerson Lopes/ON)
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Constituindo um dos maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Sul com mais de 149,7 mil eleitores, Passo Fundo não elegeu nenhum candidato a deputado estadual durante as eleições pela primeira vez em 16 anos.

Apesar de observar um crescimento de 2,5% no quantitativo de eleitores em relação ao último pleito disputado há quatro anos, quando Mateus Wesp (PSDB) foi eleito para ocupar uma das 55 vagas na Assembleia Legislativa gaúcha, o município não terá nenhum político representante na constituição da próxima legislatura. “Não tivemos, pela primeira vez na história, uma candidatura fortemente abraçada pelo eleitorado passo-fundense que tenha despontado fortemente na preferência do eleitor”, observou o advogado e professor da Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (FD/UPF), Giovani Corralo. 

Ao mencionar uma pulverização conectada ao número de candidatos em disputa no pleito de domingo (2), no qual 13 políticos locais estavam competindo pelos votos no município, o docente atentou para uma identificação do eleitorado com os postulantes. “Em um futuro processo político, poderíamos buscar um número menor de candidatos a deputados estaduais para que a coletividade possa ter uma melhor identificação com aqueles nomes que estejam a disputar o pleito e possibilitará, assim, uma maior concentração de votos”, analisou Corralo. 

O cenário pluripartidário, contudo, torna tais articulações mais complexas, mencionou o professor. “Esse tipo de ajuste nem sempre é fácil em razão das diversas aspirações dos partidos e daqueles que querem ser candidatos, e não deixam de ter pretensões legítimas, mas quem sabe uma articulação mais intensa por parte das entidades da sociedade civil passo-fundense possa surtir resultados”, afirmou. 

Embora tenha concentrado a preferência do eleitorado local neste ano, os mais de 23,1 mil votos não foram suficientes para eleger o ex-vereador, Marcio Patussi (PL), assim como os 21 mil votos não bastaram para assegurar a reeleição a Wesp, como ocorreu nos dois pleitos que elegeram Dr. Basegio, em 2010 e 2014, à Assembleia Legislativa do estado e Luciano Azevedo para os mandatos na 52ª e 53ª Legislaturas no parlamento gaúcho em 2006 e 2010 nesta história recente das disputas políticas locais. 


“Isso é muito significativo e eu fico muito agradecido, uma vez mais, pela confiança da população de Passo Fundo”, diz Luciano Azevedo

Disputando uma das 31 cadeiras no Congresso Nacional neste ano, o ex-prefeito de Passo Fundo, aliás, contabilizou a maior votação de um político passo-fundense à Câmara dos Deputados ultrapassando os 77,2 mil votos válidos apurados nas urnas eletrônicas. “Ele foi um candidato inquestionavelmente abraçado pelo eleitor passo-fundense. Quando falamos em eleições para deputados federais se pode levantar, inclusive, um questionamento sobre até que ponto podemos falar em paridade porque aqueles que estão em disputa pela reeleição, usualmente, dispõem de valores do fundo partidário e eleitoral muito superiores àqueles que não possuem mandato”, considerou o docente da UPF. 

Ainda assim, Luciano Azevedo (PSD) manifestou um sentimento de gratidão ao eleitorado municipal. “Isso é muito significativo e eu fico muito agradecido, uma vez mais, pela confiança da população de Passo Fundo”, disse o ex-prefeito ao O Nacional na segunda-feira (3). “Infelizmente o meu partido não atingiu o número de votos suficientes para fazer uma segunda cadeira. Essa é a regra e a gente joga dentro das regras, temos que respeitar e aceitar o resultado”, ressaltou. 

Ao encerrar a corrida eleitoral na ordem de terceiro suplente, atrás apenas de Giovani Feltes (MDB) e Sérgio Turra (PP), Azevedo assegurou que permanece no município junto à família e dando sequência às atividades privadas no âmbito profissional. “Mais uma vez, a comunidade me deu uma demonstração de confiança em uma votação muito expressiva que seguramente eu vou guardar comigo no coração para sempre”, salientou.

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