Claro não pode ser opaco
Em 30 de dezembro de 1960, foi criada a CRT- Companhia Rio-grandense de Telecomunicações. Depois, o governador Leonel de Moura Brizola nacionalizou a telefonia no Rio Grande do Sul, quando encampou a norte-americana ITT (International Telephone & Telegraph). A CRT era empresa de capital misto, o que incluía os usuários, e respondia pelos serviços de telecomunicações. Isso até 1998, quando o governo de Antônio Britto privatizou a empresa dos gaúchos.
Depois disso, em papel inverso ao de Brizola, a telefonia no estado virou peteca nas mãos de estrangeiros. Isso também vale para a telefonia celular, além do emaranhado de fios de internet e tv a cabo que tomou conta dos postes da cidade. Empresas do segmento têm portas para vender seus produtos em Passo Fundo. Porém, os balcões de atendimento nada ou pouco resolvem.
Há meses enfrento problemas com os valores indevidos da tv a cabo. Cancelei o serviço em janeiro, mas persiste a cobrança de penduricalhos. O problema, que fique bem claro, não é resolvido no balcão de atendimento. Tem portas aqui, vende o produto aqui, utiliza nossos postes, mas a solução depende de um 0800. Sim, falam em tom inflexível “mandando” ligar para a própria empresa. Ora, eu estou no balcão da empresa!
E, é claro, cada atendimento presencial tem uma resposta diferente e aumenta a coleção dos desprezíveis protocolos. Isso, que fique bem claro, qualifico como desrespeito. É falta de transparência, ou, neste caso, de clareza. Claro deve ser límpido, nunca opaco. O nome da empresa, é claro, vocês certamente já sabem. Saudades do Brizola, saudades da CRT onde tudo era, de fato, muito claro.
Café com Emprego
Programa da Prefeitura de Passo Fundo que merece elogios é o Café com Emprego. O mérito é cumprir um importante papel: aproximar as pessoas do emprego. Ontem, foram ofertadas 1.151 vagas. Análise indispensável é a expressiva quantidade de vagas. Por muitos anos, acompanhei essa balança no nível inverso: faltavam vagas e sobravam desempregados. Ora, então, a obviedade é que no momento não há desemprego. Porém, não entendo o porquê, alguns tentem distorcer com recalques antissociais. Se vigora a lei da oferta e da procura, o próprio mercado deve se ajustar.
Carretas
Na semana passada, um amigo filmou os pedaços dos galhos das árvores caídos na Avenida Brasil. Simplesmente, foram derrubados por uma enorme carreta de seis eixos que, em velocidade acima dos padrões para o local, passou arrebentando as árvores do canteiro central. Ora, literalmente, Passo Fundo virou terra de passagem. Falta uma sinalização mais ostensiva para que os caminhões não cortem a cidade. E, ainda, informar ao Google Maps e outros que a Avenida Brasil não é a Transbrasiliana. Isso seria da competência dos escoteiros, da Patrulha Canina ou...?
Novos proclamadores
Ouve-se o que não houve e lê-se o que nunca se viu. Entre ouvir e haver, as maiúsculas ficam minúsculas. E vice-versa! Bons tempos em que respirávamos na República dos Coqueiros com as belas tiradas do Santarém. Agora, parece que proclamaram a república dos trapaceiros, onde vigora a auto bajulação. Até me contenho para não me pronunciar sobre a pronúncia. Agora, falta apenas um desses proclamadores semialfabetizados ingressar numa academia de letras. É, nivelaram por baixo mesmo.
Pastelaria
Enquanto as jamantas passam, o fedor da pastelaria aqui embaixo mistura-se ao odor do diesel queimado.
Centenário
Contar de trás para frente parece-me bem mais rápido. Pois bem, agora faltam apenas 71 dias para o Centenário de O Nacional.
Trilha sonora
Quem conhece Erechim, sabe que a Maurício Cardoso, principal avenida, termina numa espécie de pirambeira. Lá está a vista mais deslumbrante da cidade, tendo o Vale do Dourado aos seus pés e ao fundo o imenso Vale do Uruguai. Meu amigo Neco Flores tem o privilégio de viver diante desse cenário estonteante. Vendo o pôr do sol, em slow motion, manda dicas incríveis como esta:
Sinéad O'Connor e Roger Waters - Mother