Vergonha
Há muito, foi se o tempo em que as cidades adormeciam aos domingos e feriados. Há muito, foi se o tempo em que as emissoras de rádio tocavam apenas música instrumental nos feriados religiosos. Há muito, foi se o tempo em que as penitências religiosas engessavam as pessoas. Porém, há pouco tempo, Passo Fundo voltou ao passado e os supermercados não abrem nos feriados. Estamos regredindo em direção aos anos 1960? Na semana passada, no feriado de Corpus Christi, os supermercados de Passo Fundo não abriram em consequência de uma “falta de acordo”.
Mas as consequências, acordadas ou desacordadas, foram bem mais abrangentes. Alimentos jogados no lixo, como carnes, pães e hortifruti. Além disso, o caixa dos hipermercados esteve fechado em dia de turismo de compras na maior cidade do Norte do RS. Sim, isso também é prejuízo pois esfacela o planejamento das empresas. E, é claro, no outro lado do balcão estão os consumidores locais que enfrentaram filas na véspera do fechamento. Ou, pior ainda, ficaram sem os itens que necessitaram na quinta-feira. Na mais amena das colocações, o incômodo foi uma chatice. Até porque estávamos acostumados com os mercados abertos aos feriados.
Na contramão da história, em cidades de menor porte como, por exemplo, Marau, os supermercados funcionam aos feriados. Enquanto isso, no Gigante do Norte agora fecham. Portas fechadas repelem clientes de hoje e de amanhã. Isso é péssimo para a economia do município. E, vergonhosamente, segue a novela. Será que ninguém das esferas públicas irá intervir para impedir que esse retrocesso continue?
Barulho aberto
Sábado à tarde um automóvel infernizou a vida de centenas de pessoas. Sim, apenas um automóvel que passou pela avenida com ruído equivalente a dezenas de motores. Certamente, além do sistema de descarga adulterado, outras irregularidades deveriam estar associadas ao sistema de escapamento. Passou e acordou até as pedras do meio-fio. Será que ninguém da área de trânsito escutou o ronco estridente e indecoroso? Quantos veículos são multados por excesso de barulho? Ao que parece, a turma do barulho está aumentando em proporções consideráveis. Carros, motos e as estridentes bicicletas motorizadas. Isso pode e deve ser coibido. E não é nada difícil. Basta agir.
Barulho fechado
Como nem só de Balada Segura vive a humanidade, outras ações vêm ocorrendo para coibir o barulho em Passo Fundo. Gradativamente, os alto-falantes estão desaparecendo das portas das lojas. Isso, graças à ação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, através da equipe de fiscalização. Mas, é claro, alguns mal-educados insistem com essa prática. Aos sábados, quando não há expediente na fiscalização, a turma abusa do som na porta. Por outro lado, no final de semana, a Brigada Militar realizou a Operação Hush-Up com foco na fiscalização de estabelecimentos noturnos. Que bom. Pois se existem normas que uns cumprem, todos também devem cumpri-las. Fiscalizar é justo e necessário.
Aeroporto
Atualmente, o Aeroporto Lauro Kortz é administrado pela Infraero. Para isso, a estatal federal recebe na faixa de R$ 300 mil mensais do Governo do Estado do RS. Arrecada com as operações, enquanto a manutenção fica por conta do estado. Agora, vem a “privatização” que, neste caso, seria uma parceria público-privada. E, entre o público e o privado, imaginem quem sai perdendo? O pior da história é que haverá investimento de vulto no local. Ou seja, mais uma vez enterrarão recursos no local inadequado. Com o que já investiram e o que pretendem investir, poderiam viabilizar um aeroporto em localização adequada com altitude inferior em, no mínimo, 130 metros.
Guerra
Desde os tempos de piá, sabemos que quando ocorre um conflito também existe um criador de bronca. Geralmente é aquele que quando não briga com um, briga com outro. Questão de índole. E a má-índole é sempre a do provocador.
Pastelaria
Será que o fedor da pastelaria aqui embaixo vai continuar sem que alguém fiscalize? Se for assim, vai feder até o bicentenário de O Nacional.
Centenário
Não consigo abandonar a contagem. Agora, já se passaram seis dias do Centenário de O Nacional.
Trilha sonora
Dick Bakker Orchestra - Do You Know Where You're Going To
