O amparo familiar é essencial para pacientes com câncer

Atendimento psicológico aos familiares é essencial para ajudar quem enfrenta o câncer

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Receber a notícia de que está com câncer é um “choque”, não só para o paciente, mas para todas as pessoas que estão ao seu redor, especialmente os familiares. O diagnóstico gera muitos medos, fantasias e expectativas. Dessa forma, o acompanhamento psicológico pode ser oferecido, não somente para o paciente com câncer, mas também aos seus familiares, ajudando-os no enfrentamento da doença. O paciente com diagnóstico de câncer sente-se fragilizado, precisando de toda rede de apoio para enfrentar a doença e o tratamento. De acordo com a psicóloga do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Susie Noschang, a família é essencial neste processo, pois serve como um aporte para compartilhamento de medos e angústias. “A doença mobiliza todos os envolvidos no processo, logo, se faz necessário à família também se preparar emocionalmente para oferecer um lugar seguro e aconchegante em que o paciente possa se sentir à vontade para expressar seus sentimentos e emoções”, comenta a psicóloga do CTCAN.

 

Compreender sentimentos
A compreensão da família em relação aos sentimentos do paciente com câncer é muito importante. “Os familiares devem respeitar e entender os momentos de revolta, sentimentos de tristeza e humor alterado que o paciente apresenta durante o tratamento, auxiliando-o a lidar com essas dificuldades”, salienta Susie. Os familiares devem permitir que o paciente oncológico tenha um espaço apropriado para expressar seus sentimentos e emoções. Conforme a psicóloga, é preciso entender que o paciente vai oscilar entre momentos mais alegres e dispostos a lutar contra a doença, e em outros, demonstrarão cansaço e tristeza. “O mais importante para o paciente é saber que tem pessoas ao lado dele, e que estarão ali quando ele precisar. Sentir-se amparado é a chave para enfrentar qualquer dificuldade. Assim, é fundamental uma boa comunicação entre o paciente e sua família para que se identifique a necessidade real do paciente”, esclarece a psicóloga.


Atendimento psicológico para pacientes e familiares

O atendimento psicológico para o paciente oncológico é essencial porque oferece um espaço de escuta e acolhimento. “O paciente fica invadido por dúvidas e inquietações a respeito da própria vida e de como enfrentar esse momento difícil. Quando o paciente está em acompanhamento psicológico se sente mais fortalecido e busca formas de enfrentamento positivas para lidar com as adversidades da doença, possibilitando um tratamento mais tranquilo e minimizando o sofrimento”, ressalta a psicóloga. A família, às vezes, está mais chocada e fragilizada com o diagnóstico do que o próprio paciente. “Quando isso acontece, o psicólogo pode ajudar os familiares a se reorganizarem e compreenderem seus sentimentos em relação ao adoecimento, tendo assim, condições de enfrentar melhor o tratamento junto ao familiar com câncer”, destaca Susie.

 

Uma nova rotina
A família precisa estar preparada para se adaptar a nova rotina de vida que se iniciará em função do tratamento. De acordo com a psicóloga, os papéis dos familiares podem sofrer alterações, passando a acumular funções diante das impossibilidades do paciente em função do tratamento. “É preciso tolerância e paciência para lidar com o familiar adoecido, respeitando suas dificuldades, cuidando para não cobrar a todo o momento que ele precisa estar ‘sempre’ bem, pois em determinadas situações, ele se sentirá desanimado e triste, sendo necessário legitimar esses sentimentos para que possa superá-los”, explica a psicóloga. O psicólogo pode dar suporte, acolhendo e orientando as pessoas que estão em sofrimento, compreendendo suas emoções. “O acompanhamento psicológico auxilia a pessoa a perceber a vida de diferentes ângulos. É uma oportunidade para refletir sobre seu modo de vida e que mudanças seriam necessárias para viver melhor e feliz. Enfim, um espaço para pensar, rever conceitos e valores, mudar atitudes e fazer novas escolhas”, observa Susie.

Gostou? Compartilhe