Dom Rodolfo Weber, arcebispo metropolitano de Passo Fundo, disse que em primeiro lugar é importante ressaltar o momento que é de luto. “Quando alguém falece, seja o Papa, seja uma pessoa próxima, é a dimensão do respeito humano. Em segundo lugar, se vive um momento também de luto na perspectiva cristã, como foi toda a vida do Papa, que orientou a vida pela fé em Cristo. Lembramos na Páscoa, essa dimensão do Cristo ressuscitado, que dá esperança também na dimensão da fé da eternidade”.
Visão global
Sobre o pontificado de Francisco, Dom Rodolfo disse que “para avaliar, é precisa olhar o conjunto da sua obra, para ter uma visão global do pontificado. Porque cada pessoa, claro, aparece mais num aspecto do que o outro, mas é fundamental ver o seu conjunto. Em 2022, em Roma, numa visita ad limia com os bispos do Rio Grande do Sul, um bispo perguntou de onde ele tira as referências do seu trabalho, do seu pontificado. Eu faço aquilo que a igreja me pediu para fazer. As grandes orientações e decisões do Conselho Vaticano II, que são as grandes linhas de trabalho da Igreja nesse tempo da história. E o Papa pediu que a gente voltasse e estudasse com mais afinco aquelas chamadas constituições.”
Pensamento social
O arcebispo lembrou que o pontificado dele, tem vários assuntos importantes. “Alguns aparecem mais pelo momento histórico, pelo problema que se vive. No Laudato Si, que é um texto sobre a questão da ecologia integral, meio ambiente, é um texto da doutrina social da igreja, o pensamento social da igreja, sobre a questão ambiental. Depois, ele escreveu sobre a família, o momento histórico da família, como orientar pastoralmente como igreja a tratar do tema da família, dos jovens. De liturgia, que ele falou várias vezes, tem ensinamentos bem diretos sobre esse assunto. Enfim, ele tocou em todos os assuntos que compõem a vida da Igreja nesses onze anos”.
O futuro
Em relação à linha a ser seguida pelo Vaticano a partir de agora, o arcebispo enfatiza que “eu não gosto muito dessas classificações, porque às vezes se põe um carimbo na testa de uma pessoa e nem sempre a classificação externa coincide com a realidade. A composição do Colégio Cardinalista tem uma representação do mundo inteiro. Mas, por outro lado, você muda o país, mas como vive o jovem, como vive a família, como vivem a situação econômica, têm uma semelhança muito grande. E, claro, um dos grandes desafios que se tem é como realizar a missão evangelizadora num contexto de hoje. Com tantos nomes e tanta parte do mundo, eu teria dificuldade em entrar uma reflexão nessa linha. Mas a pergunta mais importante que certamente os cardeais vão se fazer e vão refletir entre eles é como cumprir o mandato de Cristo e de, pelo mundo, levar o evangelho, porque essa é tarefa prioritária da igreja”.