Entrevista Ari Rosso: “Cada vez que mergulho nas memórias da nossa cooperativa, lembro-me que nascemos de um sonho coletivo”

Ari Rosso se despede, neste sábado, da presidência do Sicredi Integração RS/SC/MG, após 28 anos no comando da instituição

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Ari Rosso encerra mandato como presidente do Sicredi Integração RS/SC/MG - Foto: Jéssica França/ONAri Rosso encerra mandato como presidente do Sicredi Integração RS/SC/MG - Foto: Jéssica França/ON
Ari Rosso encerra mandato como presidente do Sicredi Integração RS/SC/MG - Foto: Jéssica França/ON
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Natural de Passo Fundo, nascido na Vila Rosso - Distrito de São Roque, Ari Rosso, 72 anos, é sinônimo de cooperativismo e de Sicredi. Depois de 36 anos de cooperativa e 28 anos de presidência, está encerrando seu mandato neste sábado, 8 de julho, pelo Sicredi Integração RS/SC/MG quando ocorre a posse da nova presidência, deixando um legado de atuação no desenvolvimento da região. Sobre o que pretende fazer apoós deixar o cargo, Rosso conta que se dedicará à família, à esposa Dorilde, aos filhos Jeferson e Vagner e aos três netos Téo, Ana Júlia e Arthur, além de continuar com o escritório de contabilidade. Para conhecer mais sobre sua história e o processo de transição para aposentadoria o Jornal O Nacional conversou com Ari Rosso. 

 

O Nacional - O senhor tem uma história de luta em defesa da agricultura por meio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e depois com a Credipasso. Como foi a unificação junto ao sistema Sicredi?

Ari Rosso- De fato é uma longa história. Desde 1971, quando ingressei no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, dediquei uma trajetória no associativismo, num primeiro período com atuação no Sindicalismo e depois no Cooperativismo.

No sindicato foram anos de muitas lutas e muitas conquistas em benefício aos agricultores. Podemos citar: direito da aposentadoria e demais benefícios da previdência social ao homem e a mulher do campo; o direito da assistência médico-hospitalar; o programa de financiamento ao agricultor familiar, chamado Pronaf, a participação da mulher no movimento sindical, entre tantos outros.

No Cooperativismo de Crédito minha atuação iniciou em 1987, quando fui convidado a fazer parte do conselho de administração da Cooperativa de Crédito Rural (Credipasso), como diretor Administrativo. Já em 1995 passei a ocupar o cargo de presidente onde exerço essa função até o dia de hoje. Em 1972, a nível de sistema, passamos a usar a marca Sicredi. No início, Sicredi Planalto Médio e depois com a nossa expansão para Santa Catarina alteramos para Sicredi Integração de Estados RS/SC. E em 2023, quando tivemos a aprovação do Banco Central para atuação em Minas Gerais, incorporamos um novo estado no nome da nossa cooperativa, passando a ser Sicredi Integração de Estados RS/SC/MG.

 

O Nacional - Quais os desafios enfrentados lá no começo, o que foi mais difícil?

Ari Rosso - Em 1987, quando iniciei, as dificuldades foram muitas. Contávamos com dois colaboradores e trabalhávamos em uma sala cedida pelo sindicato, com toda a infraestrutura necessária. Iniciamos com um trabalho de resgate do cooperativismo. Foram realizadas muitas reuniões, capacitação das lideranças e assembleias nas comunidades. As parcerias e aproximação com as entidades, além do relacionamento com os associados, foram extremamente importantes. Por meio delas, buscamos incentivar o empreendedorismo, promovendo cursos de gestão para as empresas e para as pessoas ligadas ao agronegócio. Com o fortalecimento da nossa cooperativa, implementamos a governança, onde priorizamos as boas práticas com definição de papéis, com diretoria estratégica e diretoria executiva. Já na expansão, a partir da primeira agência em Passo Fundo, iniciamos a atuação nas cidades de Pontão, Ernestina, Mato Castelhano e Coxilha. E depois, implantamos as demais agências na cidade de Passo Fundo. Em 2017, obtivemos o parecer favorável para atuarmos em Santa Catarina com abrangência em 15 municípios. Hoje, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, contamos com 25 agências, mais de 350 colaboradores e 60 mil associados. A partir de agora, com aprovação do Banco Central, a cooperativa também passa a atuar em 33 municípios de Minas Gerais. 

 

O Nacional - São mais de 30 anos dedicados ao cooperativismo, por que ele é tão importante?

Ari Rosso - Estou na Sicredi Integração de Estado RS/SC/MG, há 36 anos e 28 anos como presidente. Há 42 anos, a Sicredi Integração de Estados RS/SC/MG segue a trajetória com os olhos voltados para o futuro, alicerçada na cooperação e no interesse pela construção de um mundo melhor. Este é um dos legados da nossa cooperativa: acreditar que com união e cooperação é possível chegar ainda mais longe. 

Esse é a essência do cooperativismo, que atua como vetor do desenvolvimento e é capaz de ultrapassar as dificuldades e impulsionar negócios e comunidades para novos horizontes, em busca de grandes realizações e transformações.

Cada vez que mergulho nas memórias da nossa cooperativa, lembro-me que nascemos de um sonho coletivo, por meio da iniciativa de lideranças locais que tinha a visão empreendedora da vida e da sociedade. Somos uma instituição financeira cooperativa construída com a força das pessoas.

  

O Nacional - O que Sicredi significa para sua vida?

Ari Rosso - Para mim no Sicredi trabalhamos por um ideal, uma instituição financeira cooperativa, comprometida com o desenvolvimento regional, por meio da Cooperação, da solidariedade e da ajuda mútua, proporcionando o desenvolvimento econômica e social e por um propósito de juntos construirmos uma sociedade mais próspera.

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