PSIQUIATRIA: Setembro Amarelo alerta sobre a importância da prevenção

Médico psiquiatra do HSVP, Juliano Nogara explica como prevenir o suicídio

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Psiquiatra Juliano Nogara integra o corpo clínico do São Vicente / Foto – Divulgação/HSVPPsiquiatra Juliano Nogara integra o corpo clínico do São Vicente / Foto – Divulgação/HSVP
Psiquiatra Juliano Nogara integra o corpo clínico do São Vicente / Foto – Divulgação/HSVP
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Considerado uma questão de saúde pública, o suicídio é um assunto de alerta em todo o mundo. Conforme a Organização Mundial da Saúde, existem formas de prevenção. Entre elas, reconhecer os fatores de risco, que são um indicativo das medidas necessárias para evitar o ato. No mês em que as ações de prevenção são intensificadas, o médico psiquiatra integrante do Corpo Clínico do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, Dr. Juliano Nogara, falou sobre o assunto. O tema da Campanha do Setembro Amarelo deste ano fala que a vida é a melhor escolha.


Sobre a importância de falarmos sobre isso e como podemos conscientizar as pessoas para que essa seja uma campanha permanente?

- Logo após as doenças cardiovasculares, os transtornos mentais estão entre as doenças que mais causam incapacidade. Pensar sobre os transtornos mentais é pensar sobre prevenir o suicídio, pois sabemos que em sua imensa maioria a doença psiquiátrica e o suicídio estão intimamente relacionados. O grande objetivo do Setembro Amarelo é lembrar que devemos cuidar da saúde mental e avaliar se está tudo bem consigo. A melhor forma de fazer isso é procurar um profissional de saúde mental, um médico psiquiatra e um psicólogo.


Algum diagnóstico predispõe ao suicídio?

- Noventa e sete por cento das pessoas que cometem suicídio têm um transtorno mental. Geralmente o transtorno do humor depressivo; transtorno de personalidade (impulsividade, agressividade e variações súbitas do humor), dependência de álcool e drogas, e esquizofrenia.


Qual o papel da rede de apoio nessas situações?

- Principalmente, fortalecer a sensação de pertencimento, isto é, inserir a pessoa em grupo que tenha planos de curto, médio e longo prazo. E, iniciar a abordagem pelos fatores desencadeantes trazidos pela pessoa. Acolher a pessoa que está sofrendo. Pois na imensa maioria das vezes a ideação suicida está relacionada a duas situações: um pedido de socorro ou/e um grito de dor.


O quanto é importante contar com um profissional de saúde mental?

- Ao longo da vida, de cada 100 habitantes 17 pessoas já tiveram pensamento suicida; cinco pessoas já tiveram plano suicida; três realizaram tentativa de suicídio e somente uma pessoa foi atendida em pronto-socorro. A leitura dessa estatística é o que aparece no hospital é somente uma muito pequena amostra da realidade relacionada ao suicídio. É essencial contar com um profissional de saúde mental. Ter o acompanhamento de um médico especializado, o psiquiatra. Pois sabe-se que em somente 3% dos suicídios a pessoa não tinha um diagnóstico de transtorno mental, logo a imensa maioria dos transtornos devem ser acompanhados e tratados. Essa é a maneira mais eficaz de evitar o suicídio.

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