Passo Fundo registra segundo mês seguido com fechamento de vagas formais

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Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil
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Pelo segundo mês consecutivo, Passo Fundo apresentou saldo negativo na geração de empregos formais. Conforme os dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, relativo ao mês de maio de 2025 foram registradas 3.851 admissões e 3.926 desligamentos no município, o que resultou no fechamento de 75 postos de trabalho com carteira assinada.

O resultado reforça uma tendência de desaceleração no ritmo de geração de empregos na cidade, que já havia encerrado o mês de abril com saldo negativo de 71 vagas. Ainda assim, o acumulado do ano segue positivo, com 1.723 postos formais abertos entre janeiro e maio, impulsionados especialmente pela crescente contratação das mulheres em vagas com carteira assinada.

Na análise por setores econômicos, o desempenho foi misto em maio. A indústria teve o melhor saldo do mês, com a abertura de 70 novas vagas, seguida pela construção civil, que somou 67 postos, e pela agropecuária, com saldo positivo de 7 empregos. Já o setor de comércio apresentou retração, com 41 vagas fechadas, e os serviços, puxaram o saldo geral para baixo, com um corte de 178 postos de trabalho. Essa queda no setor de serviços reflete o impacto de um período de instabilidade em segmentos específicos.

O recorte por gênero, no entanto, revela uma realidade distinta. Mesmo com o saldo geral negativo, as mulheres continuaram ganhando espaço no mercado formal da cidade. Em maio, elas fecharam o mês com saldo positivo de 72 vagas, enquanto os homens perderam 147 postos de trabalho. Esse movimento é semelhante ao verificado em abril, quando o saldo para os homens foi de 175 negativo e para as mulheres foi de 104 positivo. No acumulado do ano, a diferença é ainda mais significativa: Passo Fundo criou 1.084 novas vagas para trabalhadoras mulheres em 2025, contra 639 para os homens.

Estado

Passo Fundo espelha, em parte, o desempenho do Rio Grande do Sul, que registrou em maio o primeiro resultado negativo de 2025, com fechamento de 115 vagas. Apesar desse recuo pontual, o estado ainda mantém saldo expressivo no ano, com 73.861 novos postos formais gerados de janeiro a maio.

Brasil

Em nível nacional, o panorama é bastante animador. O Brasil encerrou o mês de maio com 148.992 novas vagas formais de trabalho, consolidando uma sequência de saldos positivos em todos os meses de 2025. No total, o país já criou 1.051.244 empregos com carteira assinada neste ano.

O destaque de maio ficou para a participação das mulheres, que ocuparam 78.025 das vagas, contra 70.967 dos homens. Mas o maior crescimento foi registrado entre os jovens de 18 a 24 anos, que responderam por 98.003 novos empregos, concentrados especialmente nos setores do comércio (35.901 vagas) e da indústria de transformação (20.287).

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou esse avanço da juventude no mercado formal como um sinal positivo. “Dos 148 mil [postos de trabalho], nós temos a esmagadora maioria de jovens. Então, derruba por terra essa certeza de muita gente de que os trabalhadores jovens não estão aceitando ir para o mercado de trabalho”, afirmou Marinho. Ele, no entanto, chamou atenção para os desafios persistentes que afastam parte da juventude do emprego formal. Para o ministro, os baixos salários oferecidos em muitos setores ainda são o principal entrave para uma adesão mais expressiva. Marinho defendeu uma revisão dos pisos salariais como estratégia para atrair os jovens de volta ao mercado com carteira assinada.

Os dados do Novo Caged também revelam que os empregos com maior crescimento foram destinados a trabalhadores com ensino médio completo (113.213 vagas) e à população parda (116.476). Para o grupo de Pessoas com Deficiência (PCDs), o saldo em maio foi positivo em 902 vagas formais.

Apesar do avanço no número de contratações, o salário médio real de admissão em maio foi de R$ 2.248,71, representando uma queda de 0,5% em relação ao mês anterior. A queda nos salários pode ser atribuída a fatores como o aumento de contratações em setores com remuneração tradicionalmente mais baixa, como o comércio e os serviços, além da entrada de trabalhadores mais jovens, com menor experiência, no mercado de trabalho.

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