O mês de junho com o maior volume de chuvas da história

Com 425,3mm, 2025 supera todos os acumulados de junho desde o início do Século XX em Passo Fundo

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Pluviômetro instalado na Estação Meteorológica da Embrapa -  Foto – Aldemir Pasinato - EmbrapaPluviômetro instalado na Estação Meteorológica da Embrapa -  Foto – Aldemir Pasinato - Embrapa
Pluviômetro instalado na Estação Meteorológica da Embrapa - Foto – Aldemir Pasinato - Embrapa
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Se, curiosamente, o ano de 2025 começou com estiagem nos primeiros meses, chegou ao mês de junho com o maior volume de chuvas já registrado em Passo Fundo para o período. O mês finalizou com 425,3mm acumulados, segundo as aferições do Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa em Passo Fundo. O volume é um recorde, pois supera todas as marcas registradas desde o início do Século XX. De acordo com as referências do histórico climatológico, 2025 foi o junho com mais chuva em Passo Fundo. O acumulado deste ano supera registros como 410mm em 1972, 321mm em 1928, 316mm em 1954 e 315mm em 2022.

A chuvarada

A chuva constante do final de semana deu o impulso responsável para que 2025 alcançasse o recorde de chuvas em junho. “Foram 114mm no final de semana. Em apenas 24 horas, de sábado para domingo, o registro foi de 111,2mm”, explicou Aldemir Pasinato, analista da Embrapa. “A média histórica do mês é de 158,1mm. Isso significa que este ano tivemos 267,2mm acima da média”. Para uma melhor interpretação, foram 169% de chuva a mais do que o normal. E, agora, exatamente na metade do ano, há uma recuperação do déficit hídrico. “A média histórica do semestre é de 910mm e estamos agora com 908mm de acumulados em 2025”, completou Pasinato.

A volta do sol

Depois de um mês com trabalho intenso, o pluviômetro localizado na Embrapa ganhará justos 12 dias de folga. Sim, as previsões não apontam chuvas para os primeiros dias de julho. “O mês terá predomínio de sol, frio e tempo seco. A partir do dia 12 entra uma frente fria e traz instabilidades. Mas julho terá pouca chuva e os indicativos apontam para um mês com chuvas dentro do normal ou até abaixo da média”, completou.

Frio e geada

O conhecimento popular continua em vigor. Esquenta, em seguida chove e depois esfria. Agora, após a chuvarada, a temperatura tem queda considerável e a geada deve pintar os campos do Planalto Médio nesta terça-feira. “A mínima pode ficar entre -1 e -2ºC, com indicativos de formação de geada, enquanto a máxima não supera os 7ºC. Na quarta-feira também haverá possibilidade de geada e a temperatura vai de -1ºC a 11ºC. Quinta, mínima de 2 ou 3ºC e a máxima sobe para 13º. Na sexta-feira, oscila de 4 a 15ºC”. O final de semana, sem chuvas, terá temperaturas mais agradáveis. “No sábado deve ficar entre 6 e 17ºC e domingo de 7 a 18ºC” completou o analista.

 O pluviômetro que capta e mede o volume da chuva

Os tão propalados milímetros de chuva acumulada são aferidos pelo pluviômetro. O aparelho fica na Estação Meteorológica da Embrapa e suas medições respondem pelos dados oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET. “O pluviômetro padrão utilizado pelo INMET e pela Rede Hidrometeorológica Nacional, que é operada pela ANA, possui uma área de captação de 400 cm². Essa área de captação é delimitada por um anel circular com um diâmetro médio de aproximadamente 22,57 cm. A padronização da área de captação é crucial para garantir a uniformidade e a comparabilidade dos dados de precipitação coletados em diferentes estações”, detalhou o analista.

O funcionamento

Para medir os acumulados de chuva, são necessárias três leituras diárias. As coletas são realizadas às 9, 15 e 21 horas. Aldemir Pasinato explica como é o aparelho. “Consiste de uma superfície de captação da água da chuva com área conhecida, semelhante a um funil, com recipiente para armazenamento e torneira para esgotar e medir a água armazenada. A área de coleta deve ficar a mais ou menos 1,5 m acima da superfície. Um pluviômetro é um instrumento meteorológico fundamental para medir a quantidade de chuva que cai em um determinado local e período. A medição é geralmente expressa em milímetros (mm), onde 1 mm de chuva equivale a 1 litro de água por metro quadrado (m²)”.

 

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