Dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), ligado ao Ministério da Saúde, mostram que o Brasil é o terceiro maior registro do mundo, com mais de 5,5 milhões de brasileiros cadastrados como doadores de medula, atrás somente dos Estados Unidos e da Alemanha. Mas embora esse número seja expressivo, há uma miscigenação muito grande no país, o que pode dificultar a localização de doadores compatíveis.
Atenta à essa situação, a Divisão de Gestão de Pessoas da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), o curso de Farmácia, por meio da disciplina de Hematologia Clínica, o Laboratório de Análises Clínicas Escola (Labe) e o Hemopasso de Passo Fundo promovem uma ação de sensibilização à doação de medula óssea, com o cadastramento de novos doadores. A atividade foi realizada na tarde de sexta-feira, 7 de outubro, na Central de Salas, Campus I da UPF, onde os interessados em se tornarem doadores preenchem um formulário com dados pessoais e realizam uma coleta de sangue, segundo a assessoria de imprensa da instituição de ensino.
A medula óssea é o tecido líquido que ocupa a cavidade dos ossos (conhecida popularmente como o tutano do osso). A doação de medula pode tratar mais de 80 tipos de doenças e o transplante é indicado a pacientes que tenham doenças como leucemia, linfomas, anemias graves, imunodeficiências, entre outras. O banco de dados dos doadores é universal, ou seja, caso não seja encontrado doador compatível com o paciente no Brasil, a doação pode ser realizada por outra pessoa cadastrada em qualquer lugar do mundo.
Alexandra Mazzoca é coordenadora de captação de doadores do Hemopasso. Ela destaca que por meio do transplante de medula óssea vidas são salvas. “O procedimento do transplante é muito simples e tranquilo, apesar dos mitos e do termo. No Brasil, devido a nossa miscigenação, temos cerca de 1 chance a cada 100 mil para conseguir um doador compatível. Ações como esta, de cadastrar o maior número de doadores, possibilita que as chances se tornem maiores”, afirma, ao ressaltar que o município de Passo Fundo possui mais de 36 mil doadores cadastrados.
Uma dessas pessoas que se tornou doadora foi Jucilene Sena dos Santos, que trabalha no Centro de Sanidade de Pesquisa Animal da UPF. Em sua opinião, a doação é um gesto que alimenta a empatia pelo outro. “Acredito que aquilo que você consegue fazer pelo próximo é de suma importância. Se você já consegue doar sangue, e ainda mais doar medula óssea para ajudar aqueles que precisam, você já está fazendo a diferença na sociedade”, comenta.
Trabalho conjunto em prol do bem
O curso de Farmácia da UPF é um dos parceiros desta atividade que promove o bem a si mesmo e ao próximo. De acordo com a professora Luciana Rossato Grando, ela nasceu dentro da disciplina de Hematologia Clínica, como uma curricularização da extensão. “Isto é um ponto muito positivo, já que a nossa Universidade sempre busca que a extensão apareça dentro das disciplinas. Os alunos foram convidados a propor ações como esta. Como curso, é muito relevante estar envolvido nesse tipo de campanha, que tem tudo a ver com a Farmácia, como para os estudantes, que são desafiados a propor algo que realmente impacte na comunidade, exercendo o protagonismo estudantil”, disse.