Início da colheita de soja confirma projeção de perdas

A expectativa da Emater-RS/Ascar é que, na média, os produtores da região de Passo Fundo colham entre 38 e 40 sacas por hectare

Por
· 2 min de leitura
Foto: Gerson Lopes Foto: Gerson Lopes
Foto: Gerson Lopes
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A soja é uma das principais culturas do norte do Rio Grande do Sul. A colheita do grão, que iniciou na região de Passo Fundo há aproximadamente 10 dias, atingiu nesta semana 15% da área total. Os dados iniciais confirmam a projeção de perdas causadas pela falta de chuva durante o ciclo de desenvolvimento da cultura. 

Segundo o levantamento da Emater-RS/Ascar, a estiagem atingiu a região de forma irregular e, mesmo dentro de um mesmo município, as propriedades rurais apresentam produtividade variada, pois as chuvas das últimas semanas não aconteceram de forma generalizada e em grande volume.

Segundo o supervisor regional e responsável pela área de culturas na regional de Passo Fundo da Emater-RS/Ascar de Passo Fundo, Oriberto Adami, a cultura da soja ocupa uma área total de 630 mil hectares nos 42 município na região. A partir dos próximos dias a colheita deve ser intensificada, já que 30% da área está em um processo de maturação fisiológica, e deve estar pronta para a colheita em um prazo de 10 dias. As lavouras plantadas em um período mais tardio, somam aproximadamente 20% e ainda estão em fase de enchimento de grãos, e devem estar prontas para a colheita em um prazo de, no máximo, 30 dias.


Lavouras têm produtividade muito variada

Oriberto comenta que a região de Passo Fundo é muito grande em termos de área, e há realidades distintas ao que ser refere a análise da produtividade. Em propriedades rurais localizadas em município como São José do Ouro e Sananduva, os produtores optaram em retardar o plantio, pois nos meses de novembro e dezembro havia um forte período de estiagem. Isso acabou favorecendo a cultura nestes locais, especialmente porque nos meses de janeiro e fevereiro aconteceram três chuvas de grande intensidade. Porém, é uma realidade muito diferente de municípios como Passo Fundo e Carazinho, onde o plantio aconteceu mais cedo, e as chuvas aconteceram com menos intensidade nos período críticos para o desenvolvimento dos grãos.

“Em determinadas regiões vai haver uma colheita com perdas menores em comparação com outras. Acreditamos que em São José do Ouro e Sananduva a redução será de 15% a 20%, mas em outras regiões, como nesta faixa de Mato Castelhano, Passo Fundo e Carazinho, ocorram perdas maiores, de 35% a 40% da produtividade”.

A expectativa da Emater-RS/Ascar, é que, em uma média geral, a região permaneça com uma faixa de perdas de 35%, conforme a projeção inicial. “Em anos normais são colhidas 60 sacas por hectare, e acreditamos que a média, lá no final desta safra, a produtividade fique na faixa de 38 a 40 sacas por hectare”, comentou Oriberto.


Queda no preço

Com a redução do preço da saca de soja nos últimos dias, os produtores estão enfrentando mais um agravante. Isso acontece porque, além de uma produtividade mais baixa, o produtor precisará de mais sacas para cobrir o custo da lavoura. “Estava R$ 160 a saca, e nos últimos dias, está na faixa de R$ 140. Isso é mais um agravante, além da quebra na produtividade”, esclareceu.

Oriberto explica que com exceção de algumas propriedades específicas, que receberam um volume maior das chuvas irregulares do último período, ou aquelas utilizam uma tecnologia melhor para tratamento do solo, o lucro dos produtores deve ser muito limitado.  


Mercado

O principal destino para o grão produzido no norte do Rio Grande do Sul é a exportação. Com exceção de uma parte, que é absorvido pela indústria de óleo e biodiesel local, o restante deixa o país pelos portos gaúchos e catarinenses.


Gostou? Compartilhe