Rio Grande do Sul decreta estado de emergência por surto de gripe aviária

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O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de emergência em saúde animal por 60 dias, após a confirmação de focos da gripe aviária (vírus H5N1) no estado. A medida, publicada no Diário Oficial, no último sábado (17), vai acelerar as ações de controle e prevenção da doença em 12 municípios, Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Montenegro, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão. Até ontem, segunda-feira (19), o Brasil registrava dois casos confirmados de gripe aviária, um em uma granja comercial em Montenegro e outro em um zoológico em Sapucaia do Sul, ambos no Rio Grande do Sul. As medidas incluem bloqueio das áreas afetadas, rastreamento e inutilização da produção contaminada para evitar a propagação do vírus.

Na região em volta de Montenegro, equipes do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (SEAPI) já vistoriaram 300 propriedades rurais e uma granja de recria de aves, dentro de um raio de três a dez quilômetros. Isso representa 55% das 540 propriedades que precisam ser vistoriadas. O trabalho está sendo executado por nove equipes do Serviço Veterinário Oficial (SVO-RS). No último sábado (17), foi iniciada a montagem de sete barreiras sanitárias para ações de desinfecção em pontos estratégicos da região. Até a noite do mesmo dia, cinco dessas barreiras já estavam em operação, com funcionamento 24 horas. Estão previstas duas barreiras na BR-386, uma ao norte na RS-124, outra na TF-10 no sentido Triunfo e três em estradas vicinais.

Os pontos de controle atuam inspecionando veículos de carga viva, caminhões de ração e de coleta de leite, que costumam circular por diversas propriedades rurais. No raio de três quilômetros, veículos de passeio também passam por desinfecção. Pedestres não são o foco da ação.


Governo federal

Em resposta ao surto, o governo federal suspendeu voluntariamente as exportações de frango oriundas do Rio Grande do Sul, outros seis focos estão sob investigação em diferentes estados, incluindo Tocantins, Santa Catarina, Mato Grosso, Ceará e Sergipe. O surto resultou na suspensão das importações de carne de frango brasileira por diversos países, como China, países da União Europeia, México, Argentina e Chile. Já países como o Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas optaram por restrições regionais, limitando os bloqueios apenas ao Rio Grande do Sul. O impacto no setor avícola pode chegar a perdas de R$ 1,3 bilhão por mês. O Brasil exportou mais de 5 milhões de toneladas de carne de frango em 2024, sendo que os países com bloqueios totais respondem por cerca de 33,5% do total. Apesar dos impactos, o governo avalia que é possível recuperar o status de país livre da doença, caso não sejam registrados novos casos em um período de 28 dias. O controle rigoroso do surto e a transparência nas ações são fundamentais para essa retomada. Embora o vírus não represente risco ao consumo humano quando a carne está devidamente preparada, as medidas adotadas pelos países importadores buscam proteger suas criações e evitar a disseminação da doença.


Gripe Aviária

É uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves, causada principalmente pelo vírus H5N1. A transmissão ocorre por meio do contato direto com aves doentes, secreções ou fezes contaminadas. Embora o risco de transmissão para humanos seja considerado muito baixo, ele pode ocorrer em casos de contato direto e intenso com aves infectadas. O consumo de carne de frango e ovos continua seguro, desde que os alimentos sejam devidamente cozidos.

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