OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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As turbulentas águas do Mar do Sul da China, do Golfo de Áden ou até mesmo do Mar Negro, as oscilações do petróleo, as instabilidades políticas de cada país, novas guerras que surgem etc. Todos são temas que hoje preocupam sim grande parte das corporações, no mundo inteiro. Inclusive, já tem se falado em um novo “G” do ESG (a sigla em inglês que significa meio ambiente, questões sociais e a governança), ou seja, o G de Geopolítica, essa força cada vez mais incontrolável, que tem afetado os negócios globalmente. Hoje há muitas empresas que dependem do comércio internacional, mas sequer pensam na possibilidade de buscar a mitigação de riscos geopolíticos. As empresas exportadoras e importadoras têm de lidar com uma série de mercados internacionais, marcados por distintas configurações e contornos geopolíticos, que se não compreendidos da forma mais adequada, podem se tornar uma verdadeira dor de cabeça.Com as novas guerras que emergiriam recentemente, a tomarmos por exemplo, a Ucrânia ou o Oriente Médio, observamos desafios diários ao frete logístico, duramente afetado pelos ataques houthis no Golfo de Áden, decorrência da instabilidade no Oriente Médio. Atrasos têm prejudicado severamente toda uma cadeia de consumo e, logicamente, muitos negócios que dependem do fluxo global de mercadorias pelas águas.

 

Tamanho não é documento 

Dada a turbulência da geopolítica global, não são apenas as grandes empresas e multinacionais que sofrem diretamente os efeitos das instabilidades internacionais, senão, empresas de médio porte também devem investir no entendimento das dinâmicas geopolíticas, a fim de que as suas operações sejam minimamente afetadas, a partir de análises inteligentes do cruzamento das questões geopolíticas com a sensibilidade atual do comércio internacional. Depender exclusivamente de mercados instáveis pode ser um grande risco. Isso se soma também à falta da inteligência internacional nos negócios, uma nova competência que tem surgido para que as empresas possam explorar mais potencialidades, reduzindo riscos sobre variáveis de difícil controle.

 

A complexidade 

A se basear pela atual conjuntura, as relações internacionais se tornam uma variável altamente complexa, ainda mais pela característica dos conflitos da atualidade. Um deles bateu na porta da Europa e trouxe uma verdadeira crise energética e instabilidade no cenário de commodities. O outro desestabilizou o Oriente Médio inteiro, em diversas frentes de batalha. A narrativa nuclear ressurgiu. O número de ditaduras no mundo aumentou. As águas internacionais hoje se tornaram um grande problema. Enquanto isso, um eixo de autocracias tenta debelar o regime ocidental e colocar alguma coisa em seu lugar, com uma nova moeda. As eleições mais importantes do globo se aproximam e a América Latina tornou-se em um tabuleiro geopolítico disputado entre Washington e Pequim. A anarquia internacional, cada vez mais, prova a sua força. E nessa problemática toda é que as empresas devem sabiamente navegar, para não ter o risco da descontinuidade de seus negócios. O novo G do ESG veio para ficar e as empresas serão impelidas a investir no conhecimento da geopolítica e da inteligência internacional, como competências essenciais para o sucesso empresarial nos próximos anos.


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