OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Participei desta última edição do South Summit não apenas como visitante, mas também como palestrante. O evento, realizado de 09 a 11 de abril, em Porto Alegre, como de costume, reuniu importantes empresas e investidores internacionais, impulsionando o ecossistema regional. Atualmente, muitos municípios gaúchos são verdadeiros celeiros de grandes ideias e soluções, inclusive de alcance internacional. Talvez a conclusão mais relevante que se tenha da inovação não seja precisamente o hub, a incubadora ou o local onde as empresas estejam, mas sim os poderosos insights que são produzidos, muitas vezes, fortuitamente, de cabeças brilhantes, não importa onde estejam, se em um “condomínio” ou uma “incubadora” - lembremos que Arquimedes, por exemplo, descobriu um dos mais importantes princípios da física em uma banheira! Ou que a Apple tenha surgido em uma garagem. A verdade é que as grandes ideias surgem, no geral, de forma simples.

 Colaboração internacional

Tive a oportunidade de palestrar em um painel no Summit, no espaço PoaStage, com outros painelistas. O evento tinha como título: "Da Cooperação à Inovação: Redes Internacionais e Colaboração Global" – um tema instigante em meio às inúmeras possibilidades internacionais e às ideias em ebulição. A inovação chegou às cidades, ou melhor, as cidades é que originaram a inovação, pelas mentes brilhantes que lá estão. Acredito que há basicamente três formas pelas quais uma cidade possa participar dos processos de redes internacionais e colaboração global: 1) começando por um diagnóstico estratégico e uma metodologia de classe mundial; 2) criando um plano ágil de ações; e 3) formatando uma política pública inovadora.

 Diagnóstico e metodologia

As cidades, antes de partirem para o mundo e aproveitarem oportunidades globais, devem buscar se conhecer. Atualmente, existem metodologias altamente inovadoras e de grande impacto, que analisam, por exemplo, as dimensões de conexões internacionais de cidades como: negócios, infraestrutura, pessoas e conhecimento. O aspecto da metodologia é fundamental, pois, sem ela, o projeto pode ir à ruína. Assim, deve-se buscar os melhores standards internacionais.

 

Plano estratégico ágil

Daí surge o momento para que a cidade, com base em um diagnóstico preciso, possa começar a criar um plano estratégico com ações voltadas a resultados. Essas ações geralmente são vinculadas a objetivos concretos e mensuráveis e são apresentadas aos possíveis investidores e parceiros internacionais que a cidade esteja a buscar.

 Política Pública Inovadora

Nada adianta iniciar um olhar às oportunidades internacionais se o intento não for o de criar uma política pública inovadora, ou seja, um legado para governos futuros. Uma política de internacionalização é uma visão de futuro e uma forma de inovar, abrindo janelas para fora, saindo do ambiente doméstico da inovação, onde a zona de conforto costuma imperar. Em resumo, para trilhar o caminho das redes internacionais e da colaboração global (provocações do painel), é necessário que as cidades busquem os caminhos seguros, para não se aventurarem na arena internacional sem um suporte robusto. Vida longa ao South Summit e às reflexões lá postas!


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