Trigo ganha espaço pela evolução em produtividade e nova dinâmica do mercado

Centenas de representantes da cadeia tritícola presentes em evento da cultura puderam contribuir com discussões e conferir novas tecnologias no trigo

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Mais de 300 pessoas estiveram presentes no dia de campo, que apresentou novas tecnologias no trigo e proporcionou uma troca de informações com a assistência técnica. (Foto: Divulgação Biotrigo/Diogo Zanatta)Mais de 300 pessoas estiveram presentes no dia de campo, que apresentou novas tecnologias no trigo e proporcionou uma troca de informações com a assistência técnica. (Foto: Divulgação Biotrigo/Diogo Zanatta)
Mais de 300 pessoas estiveram presentes no dia de campo, que apresentou novas tecnologias no trigo e proporcionou uma troca de informações com a assistência técnica. (Foto: Divulgação Biotrigo/Diogo Zanatta)
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As lavouras de trigo na região de Passo Fundo, mesmo com as chuvas que adiaram a semeadura e a ocorrência de geadas, se encaminham para a fase de maturação em meio a previsões de um alto potencial produtivo. E com uma área cerca de 33% maior em relação a 2021, a produção estimada para este ciclo na região, segundo a Emater/RS, deve crescer em relação à safra passada. Os fatores que contribuem para o aumento da produtividade na cultura foram alguns dos assuntos que marcaram o Dia de Campo Biotrigo 2022, que promoveu a apresentação de novas tecnologias no trigo. O evento, realizado em Passo Fundo (RS), nesta quarta-feira (19), contou com a presença de mais de 300 pessoas, dentre multiplicadores de sementes, assistentes técnicos e representantes da indústria moageira.

Essa perspectiva de aumento no potencial produtivo das lavouras da região também é vista no Rio Grande do Sul como um todo. Com isso, o estado deve contar com a maior produção de sua história, com a expectativa de uma colheita de quase 4 milhões de toneladas, de acordo com a Emater/RS. Segundo o gerente comercial da Biotrigo para a América Latina, Fernando Michel Wagner, o bom momento da cultura no RS passa por vários fatores, com o principal deles sendo a nova dinâmica de mercado, o que acaba por gerar mais liquidez ao agricultor. “A maior mudança do trigo está nas diversas vias de comercialização que a cultura tem hoje. Esse cenário permite que o agricultor possa destinar sua produção para, além dos moinhos, o mercado de exportação, que sinaliza novamente ser uma importante rota. Ainda, há mercados alternativos, como o das indústrias de etanol, mais recente, e o de ração”, cita. Junto à oferta de novas oportunidades, o produtor tem à sua disposição novas tecnologias no campo, que evoluem em diversos quesitos para oferecer ainda mais rendimento e estabilidade de produção na lavoura.

Uma dessas novidades, que possui os avanços em produtividade como seu ponto-chave, é o TBIO Motriz. O material é considerado a evolução de TBIO Toruk, cultivar já reconhecida pelo seu alto teto produtivo. “Motriz é lançado com o objetivo de render mais que Toruk, com maior facilidade no manejo a campo por parte do produtor, mantendo o foco do programa de melhoramento em fazer com que o agricultor colha mais trigo todos os anos, aumentando a taxa de sucesso da cultura”, comenta Fernando. TBIO Motriz apresenta evoluções em seu nível de resistência à giberela, mancha amarela, queima da folha, causada principalmente por bactérias do gênero Pseudomonas, e brusone da espiga. Ainda, a cultivar chega em uma plataforma de ciclo médio/tardio, se tornando uma ferramenta útil no escalonamento da semeadura.

Junto a Motriz, outro lançamento do portfólio da Biotrigo em 2022 é o TBIO Capaz. “Essa cultivar possui como característica marcante uma alta eficiência produtiva, com um tipo de planta considerado moderno para os trigos do segmento branqueador”, afirma Fernando. Por possuir um ciclo superprecoce, a cultivar também permite ao produtor a realização do escalonamento da semeadura, sendo melhor posicionada no fechamento da janela. O pacote fitossanitário de TBIO Capaz conta com um ótimo nível de resistência ao mosaico do trigo, bem como uma boa segurança no manejo a campo em relação à mancha amarela e queima da folha (Pseudomonas). Tanto TBIO Capaz, quanto Motriz, entrarão em multiplicação a partir de 2023.

 

Estabilidade de produção e rendimento em pauta

Dentre os materiais do portfólio da Biotrigo que estarão disponíveis ao produtor já na próxima safra, XBIO Fusão e TBIO Calibre ganham destaque - mas por diferentes razões. XBIO Fusão consiste em uma mistura entre duas cultivares de trigo, sendo elas TBIO Audaz e Sagaz, e tem como grande objetivo a oferta de maior estabilidade produtiva na lavoura. “O que percebemos com o produto é que ele oferece, na média, ao longo dos anos, uma produção maior do que as mesmas cultivares sendo semeadas isoladamente, o que certamente trará mais segurança ao agricultor, para que ele possa colher trigo em todos os anos, sem frustrações de safra”, aponta o supervisor comercial da Biotrigo, Felipe Carlotto. Uma das formas que XBIO Fusão melhora a segurança na lavoura é através de uma evolução no nível de resistência do material ao oídio. “Além disso, XBIO Fusão traz uma panificação ainda mais destacada em relação a TBIO Audaz, oferecendo à indústria, principalmente, uma cor de farinha ainda mais clara”, conta.

Já TBIO Calibre, cultivar superprecoce, vem mudando os padrões de rendimento dentre os trigos de ciclo curto. “Um dos fatores que mais chama atenção em Calibre é o número de espigas por metro quadrado que o material produz. Essa elevada fertilidade de espiga vem se traduzindo em um excelente potencial produtivo”, destaca Felipe. E para complementar a potência de TBIO Calibre quando se trata de produtividade, o material apresenta um equilibrado nível de resistência às principais doenças da cultura, com destaque para o mosaico, ferrugem da folha e oídio. “A cultivar ainda oferece uma segurança muito grande na questão de germinação em pré-colheita e na manutenção de seu PH”, acrescenta.

 

Novas oportunidades em trigo

Também disponível a partir da próxima safra, TBIO Blanc foi uma das novidades do projeto Trigos Especiais expostas no evento. Quando comparada a TBIO Noble, a cultivar traz relevantes melhorias, oferecendo ao produtor um material ainda mais completo, dentro de um projeto de segregação. “Blanc é altamente produtivo, com potencial comparado a materiais de portfólio, como o TBIO Ponteiro, e ainda traz avanços em seu pacote fitossanitário, facilitando o manejo do produtor”, aponta o assistente técnico comercial da Biotrigo, Arthur Halmenschlager. Junto a Blanc, o projeto também conta com TBIO Ênfase, novidade que será multiplicada no próximo ano e destinada ao mercado de biscoito e confeitaria. “No Ênfase, o agricultor possui um trigo com rendimento destacado dentro desse nicho de mercado e, assim como TBIO Blanc, um conjunto agronômico equivalente a materiais de portfólio. Com isso, o produtor pode aproveitar as oportunidades oferecidas pelo projeto de segregação, sem abrir mão de um elevado potencial de rendimento”, diz.

 

Trigos largos: um novo conceito

O dia de campo ainda trouxe aos participantes a introdução de uma nova tecnologia na cultura. Trata-se dos trigos de ciclo largo, que, nas linhagens apresentadas, contam com sete a dez dias a mais que cultivares médio/tardias, como TBIO Ponteiro. Segundo o gerente de melhoramento da Biotrigo, Ernandes Manfroi, esse fator pode ser útil na propriedade por vários motivos. “Isso permite que a semeadura do trigo seja ainda mais antecipada, reduzindo a janela em que o solo fica em pousio. Além disso, esse fator auxilia no combate às plantas daninhas e promove um melhor aproveitamento do nitrogênio residual da cultura antecessora, geralmente a soja”, assinala. Dessa forma, é esperado que os trigos de ciclo largo possam entregar ainda mais rendimento e estabilidade produtiva, trazendo vantagens tanto do ponto de vista agronômico, quanto de rentabilidade ao produtor.

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