Já tem data para acontecer o julgamento de dois acusados de envolvimento em um dos crimes que mais chocou a cidade de Passo Fundo nos últimos anos.
O casal suspeito de participação na “Chacina da Cohab”, que vitimou três pessoas da mesma família, deve ser julgado no dia 13 de agosto, a partir das 9 horas. O julgamento está agendo para acontecer em Passo Fundo, mas a defesa dos réus ainda tenta o desaforamento, que levaria o julgamento para outra cidade. Inicialmente a defesa perdeu o julgamento de mérito, mas recorreu da decisão, e este recurso (embargo de declaração) deve ser julgado no próximo dia 17.
Um dos acusados está preso preventivamente, ele é suspeito de intermediar a contratação dos homens que cometeram o crime. A outra acusada é a companheira dele, que responde o processo em liberdade. Ela é suspeita de envolvimento na logística do crime. Dias antes, ela chegou a ir até a casa onde aconteceu o triplo homicídio, para adquirir um telefone. A investigação policial apontou que ela foi fazer o levantamento do local.
O julgamento deveria ter ocorrido em fevereiro deste ano, mas o júri foi cancelado a pedido do advogado criminalista José Paulo Schneider, que assumiu a defesa do casal dias antes do júri. Como não houve tempo hábil para a que a nova equipe montasse a estratégia da defesa, foi solicitado o cancelamento e acatado pela Justiça.
Condenado
Outro homem apontado por ter envolvimento no crime já foi julgado. Eleandro Roso, foi a julgamento no ano de 2022, sendo condenado a 69 anos e seis meses de reclusão. Posteriormente, a pena teve redução para 60 anos e oito meses. Ele tinha um relacionamento amoroso com uma das vítimas, Diênifer, e segundo a investigação, seria um dos mandantes do crime.
Além dele, outros dois indiciados, companheira e cunhado de Eleandro, são suspeitos de contratarem os criminosos que cometeram o triplo homicídio. Desde a época do crime eles estão foragidos.
Segundo a investigação, duas pessoas cometeram o tripo homicídio, mas eles não foram identificadas.
O Crime
A investigação apontou que Diênfier Padia, uma das vítimas, teve um relacionamento com Eleandro, seu patrão, que era casado e morava na cidade de Casca. Este relacionamento resultou no nascimento de um criança, que atualmente está com cinco anos. Inicialmente, o pai da criança exigiu um exame de DNA e, desde a comprovação da paternidade, a companheira dele não teria aceitado. A partir de então, iniciaram as tratativas para matar Diênifer. Para um dos indiciados teria sido ofertado uma caminhoneta e uma quantia em dinheiro.
A família de Diêniffer mudou-se de Casca para morar em Passo Fundo. Inicialmente se instalaram no bairro Cruzeiro, onde começaram as ameaças de morte. Depois, mudaram para a Cohab I, em uma residência adquirida pelo próprio Eleandro.
Na noite de 19 de maio de 2020, pelo menos dois homens, ainda não identificados, foram até a residência. O alvo era Diênifer, mas também estavam na casa Ketlin e Alessandro, a sobrinha e o cunhado dela, que acabaram sendo mortos como uma consequência do assassinato de Diênnifer. A esposa de Alessandro, e mãe de Ketlin, estava dormindo em uma casa nos fundo, no mesmo terreno. Ela ela não testemunhou o crime. Três crianças, com idades entre 1 e 6 anos, todos filhos de Diêniffer, testemunharam o crime, mas tiveram suas vidas poupadas. Os corpos foram encontrados quando uma das crianças saiu da casa para pedir ajuda aos vizinhos. Eles forma mortos enforcados com lacres de plástico.
Defesa
O advogado de defesa dos réus, José Paulo Schneider, por meio de um comunicado oficial disse que a Defesa Técnica recebe com tranquilidade a decisão que designou o julgamento para o dia 13 de agosto, e espera que os trabalhos possam transcorrer de uma maneira tranquila, com uma boa produção de prova perante o Conselho de Sentença, com um bom debate entre as partes, ocasião em que a defesa demonstrará que os acusados não possuem envolvimento com as mortes das vítimas. No mais, reforça o seu respeito à memória das vítimas e à família enlutada.