O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) decidiu, nessa terça-feira (29), anular o julgamento de Luciano Costa dos Santos, conhecido como “Costinha”, no processo que apura a chamada Chacina da Cohab. Com a decisão, ele deverá passar por um novo júri popular. Já a absolvição de Monalisa Kich Anunciação foi mantida pelos desembargadores, que rejeitaram o pedido do Ministério Público para que ela também fosse submetida a um novo julgamento.
Luciano havia sido condenado, em agosto de 2023, a 44 anos de prisão pelas mortes de Alessandro dos Santos e Kétlyn Padia dos Santos, mas foi absolvido em relação à terceira vítima, Diênifer Padia. Os crimes ocorreram em 2020, quando três pessoas da mesma família foram encontradas mortas dentro de casa na Cohab em Passo Fundo.
A anulação do julgamento se deu por uma contradição nas respostas dos jurados. A Corte entendeu que houve inconsistência na decisão que absolveu Luciano da morte de Diênifer — considerada pela acusação como o alvo principal do crime — ao mesmo tempo em que o condenou pelas mortes dos outros dois familiares, classificadas como "efeito colateral" da ação criminosa.
O advogado de defesa, José Paulo Schneider falou sobre a anulação: “Os jurados condenaram ele pelas duas mortes que ele sequer poderia ter controle”, disse ele, ratificando que a morte de Alessandro e Kétlyn foi uma decisão dos executores do crime, que até o momento a investigações não conseguiram identificar quem são.
O advogado disse ainda que conversou com o acusado no presídio e que ambos concordam em não discutir a liberdade de Luciano, caso o Ministério Público não recorra da decisão de ontem (29), e aceite um novo julgamento.