Clube do Samba comemora uma década com show ao vivo

Programa veiculado pela Rádio UPF será reproduzido no palco do Sesc

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O programa Clube do Samba, transmitido pela Rádio UPF, vai ganhar uma versão ao vivo para comemorar os 10 anos no ar. O show faz parte da programação do Aldeia Sesc, e acontece nesta sexta-feira, às 20h, no teatro do Sesc, em Passo Fundo. Os ingressos já estão esgotados.

Produzido e apresentado pelo supervisor da rede de rádios UPF, Gerson Pont, o nome é uma inspiração ao movimento liderado pelo cantor e compositor João Nogueira no final dos anos 70, como um espaço de resistência cultural em defesa do samba e da identidade brasileira.

O programa iniciou em 2013 na rádio FM Cultura, de Porto Alegre. Dois anos depois, também passou a ser veiculado na Rádio UPF e virou referência no gênero. O Clube do Samba vai ao ar todos os domingos, das 12h às 14h, com reprise nas quartas-feiras.

“Tudo que é tipo de samba, mas só samba bom”

Para os apreciadores de um bom samba, sintonizar a 99.9 FM virou ingrediente indispensável no preparo do almoço aos domingos. Dividido em quatro blocos de 25 minutos cada, o repertório inclui clássicos, sem abrir mão das novidades.

Nas aberturas dos blocos, Pont costuma fazer rápidas contextualizações, contando histórias e curiosidades sobre determinada obra ou artista. Datas de aniversários, tanto de nascimento como de morte, dos personagens que fizeram e fazem a história do samba, assim como atualizações de lançamentos de discos, de livros e de shows, são sempre citados.

Outro compromisso do Clube é valorizar a figura do compositor, muitas vezes esquecida no Brasil. 

 “Tem muitos nomes no samba que não estão na lembrança das pessoas, no entanto, a obra é conhecida por todos. Normalmente o crédito costuma ser dado apenas para o intérprete. Todas as músicas que rodam no programa, a gente fala quem são os autores. Tem figuras importantíssimas e que não apareceram como intérpretes, o Maurício Tapajós é um dos tantos exemplos”, afirma.

Para justificar o bordão do programa que diz rodar “tudo que é tipo de samba, mas só samba bom”, o repertório vai se diversificando por entre os blocos, mesclando clássicos, música instrumental produzida dentro do gênero, e releituras de gravações originais conhecidas do grande público.

 “Procuro sempre buscar estas novas leituras. É um caminho para as pessoas conhecerem a obra original. Também é uma maneira de chamar a atenção das novas gerações que não tiveram as referências, e formar novos públicos”, afirma o apresentador.

 

Clube do Samba no palco do Sesc


Reproduzir o formato do programa em um show ao vivo, como acontece hoje à noite no Sesc, não chega a ser uma experiência inédita. O Clube do Samba foi levado para o palco em duas oportunidades, mas com versões mais enxutas: uma delas na sede dos Garotos da Batucada, e outra no Rito Espaço Coletivo. A novidade desta vez é a estrutura do teatro oferecida pelo Sesc e a quantidade de músicos envolvidos.

Assim como no rádio, Pont será o encarregado da apresentação, enquanto a interpretação do repertório fica por conta de uma banda, formada por 10 músicos, tendo por base os integrantes do Grupo Sambah.

Nascido e criado em uma família de sambistas, Odorico Ribeiro, filho da saudosa Djanira Ribeiro, assina a produção musical do show, juntamente com o músico, Ricardo Pacheco.

“O Clube do Samba representa tudo que a gente sempre buscou em termos de espaço para o gênero. Fazer o programa ao vivo, ao lado de grandes músicos, será um momento inesquecível para Passo Fundo e para o samba”, projeta Odorico.

Com uma carreira de 40 anos, o samba sempre esteve presente no repertório de Ricardo Pacheco. Para ele, a continuidade de um programa exclusivo do gênero, durante 10 anos, é fundamental para a formação de público.

“Ter um programa exclusivo de samba, todos os domingos, sempre no mesmo horário, durante uma década, faz toda a diferença na vida cultural da cidade. Reproduzir o Clube no palco hoje à noite, é lembrar um pouco dos programas de auditórios durante a era de ouro do rádio”, disse o músico.

 

Clube do Samba

No final da década de 70, a explosão da disco music, representada pelas Frenéticas na abertura da novela Dancin´ days, começou a chamar a atenção do pessoal do samba. Preocupado com a identidade cultural brasileira, o cantor, compositor e sambista, João Nogueira, resolveu convocar os bambas e criou, em janeiro de 1979, o Clube do Samba, como um espaço de resistência cultural. Os principais nomes do samba bateram ponto no quintal da casa de João. Segundo ele, o Clube era aberto “aos sambistas sim; aos bicões, nada”.

Em Passo Fundo, a relação com o nome Clube do Samba remonta aos anos 90, quando o radialista, Ipácio Carolino levou ao ar um programa de mesmo nome, na extinta rádio Diário da Manhã.

Músicos

Alfredo Castamann – Voz

Crys Wander – Voz

Marcelo Pimentel – Percussão

Flavio Ribeiro – Pandeiro

Paulo R. Saggiorato – Violão e vocal

Xoxo Colavin – Baixo e vocal

Edugas Costa – Voz

Odorico Ribeiro – Percussão e vocal

Jonatas S. D. Silva – Cavaquinho

Paulo Ricardo Pacheco -Voz

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